Um dos momentos mais importantes e significativos no desenvolvimento de uma criança é quando ela se torna capaz de ler. No início, são as mensagens no supermercado, as embalagens na cozinha de casa, as tentativas de recontar as histórias que ouviu a mãe contar. A seguir, a criança passa a buscar, de forma ativa e consciente, o que deseja, inserindo-se verdadeiramente no universo social. Mas como uma criança é capaz de adquirir o hábito de ler e perceber o prazer proporcionado pelo livro?
Sem dúvida alguma, essa não é uma tarefa fácil, pois requer que alguém estimule a criança para isso, valorizando essa atividade e tornando-a algo significativo. Pais e educadores são muito importantes nesse processo, pois possibilitam a ela vivenciar a leitura como busca de conhecimento.
Podemos pensar que os principais elementos envolvidos no processo de aprendizagem são os comportamentos e crenças transmitidos pelos pais e as experiências positivas e negativas vividas pela criança no cotidiano. Assim, uma criança que tem a oportunidade de experimentar sensações prazerosas ao ouvir o pai ou a mãe contando histórias, ao rememorar imagens da biblioteca de casa ou das aulas de leitura na escola, torna-se capaz de perceber essa atividade como uma forma de encontrar prazer e criatividade.
A leitura de um livro exige a participação ativa da criança na construção das imagens, sensações e conceitos presentes nas histórias. Muito mais do que um instrumento de comunicação, a leitura permite trabalhar com o mundo dos símbolos e da fantasia, com aquilo que deve ser criado, imaginado e significado para que possa existir em meio ao vazio o que também ocorre com a própria linguagem. Para a criança, esse é um processo rico, prazeroso e espontâneo, uma vez que a fantasia exerce um papel preponderante em seu mundo interior.
Essas viagens criativas e imaginativas realizadas por esses pequenos leitores possibilitam a eles desenvolver uma das mais importantes capacidades humanas, a crítica. Em um mundo onde novas mídias proporcionam uma quantidade muito grande de informações (sem sequer pedirem licença), a competência para avaliar o mundo é a forma para alcançar a autonomia e a liberdade do livre pensar.
Assim, muito mais do que a aptidão para combinar sílabas e dar origem a diferentes imagens e pensamentos, a leitura é uma atividade que permite à criança enxergar o mundo a seu modo e, assim, atuar sobre ele, transformando-o. E não será esse o real objetivo da educação?
Paula Dely
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